“Finalmente a criatura supera o criador!”

Em quantos filmes de ficção científica ou de terror não ouvimos esta frase? Hoje me ocorreu que, pelo menos na arte, a criatura sempre é maior que o criador!

O poeta que escreve raramente é sábio como sugerem seus poemas, o músico poucas vezes é sublime como sua música (isso assumindo os poucos que ainda fazem música sublime!) e o ator dificilmente é crítico como os seus personagens.

Acontece que as pessoas comem, tem vaidades, amores, desamores, esperanças e finalmente se cansam de vez em quando. Enquanto isso sua criação é o que tem de melhor materializado e preservado para a posteridade!

Vemos a criação e construimos castelos de expectativa em torno do encontro com o criador. Ao chegar o momento mágico lá está uma pessoa cheia de defeitos, muitas vezes a antítese da sua criação, como uma massa de anti-matéria de onde flui matéria pura e cristalina! Talvez até por isso: uma forma de transcender a sua decadência é tentar criar o belo!

Para o admirador é sempre um impacto doloroso! Afinal será que a beleza, a razão e a harmonia são ilusões de humanos perplexos diante da própria imagem distorcida? Será que de nada adiantam os sonhos de um mundo de arte, consciência e justiça?

Hummm… Talvez…