Um playground em Botafogo por volta de 2009 em um dos “Cachorro Quente Vulgar” da Biattrix, que reunia bandos de “tuiteiros”.

Esse foi o dia que conheci a TT Garcia.

Eram épocas de criação de culturas e éticas cibernéticas e o Twitter tinha uns pântanos de indiretas. A TT tinha passado a semana comentando “‘É comigo isso?” nas indiretas que pipocavam na TL dela nos proporcionando muitas risadas e reflexões sobre os problemas das indiretas online (hábito que muita gente mantém, infelizmente).

Ontem um beija-flor entrou no meu quarto quando eu estava quase de saída para o velório da TT. Acho que, se corvos vem guiar a maioria das pessoas, os beija-flores vem quando a pessoa é especial para chamar os amigues.

Antes de ontem recebi a notícia quando estava em um café num shopping lotado no meio de uma tarde atribulada comprando material para reformar um apartamento e choramos. muito. minha esposa e eu. Foi repentino e inesperado.

Tivemos quase 24h para nos recompor.

A TT era da turma e não uma amiga íntima do dia-a-dia, mas era sempre uma mensageira de bom humor, boas reflexões, tiradas divertidas com os vestidos do Oscar, de cuidado com amigues… Sentimos forte o baque, mas também temos certeza que ela iria querer (ou talvez continue querendo, quem sabe o que de fato nos espera após a morte?) todos felizes.

Por isso todos nós que sofríamos fomos em busca ao que TT sempre foi e sempre continuará sendo! Como o beija-flor que semeia vida e cores.

Depois do velório parte da turma foi ter o descanso necessário, outra parte foi espalhar o que TT sempre espalhou.

Em vários bares no Rio se escutava “Porra, Teresa!” antes de sucessivos drinks.

Lá pelo 18º drink em nosso bar um garçom veio tímido perguntar “Desculpe, quem é Teresa?” e lhe contamos entre vozes embargando e olhos voltando a ficar mareados por um instante. Ainda mais tímido ele nos desejou os pêsames. TT certamente ria…

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