Avenida Q é um musical adaptado da Broadway e uma comédia de costumes que vai capturar os recém formados envolvidos com o primeiro emprego, sair da casa dos pais para morar sozinho e o difícil equilíbrio entre construir a vida profissional e curtir a vida. Aliás, arranca boas risadas de quem já se estabeleceu também, afinal quem esquece esse período da vida?
O tempero da trama está em questionamentos para lá de politicamente incorretos sobre racismo, sadismo (daquele que nos faz rir de quem cai de cara numa poça de lama), homossexualidade e outros temas delicados.
Seria uma peça pesada não fosse pelo roteiro bem escrito e… bonecos.
A maioria dos atores atua também através de um boneco como os do Muppet Show.
O mais interessante é que a atuação não é feita de forma que nos esqueçamos que tem um ator manipulando o boneco. São duas atuações que se complementam, às vezes três já que alguns bonecos são manipulados por dois atores.
No entanto essas não são as primeiras coisas que você vai notar, estou certo que o primeiro impacto será com a qualidade dos atores!
Assim que Sabrina Korgut entra em palco cantando com sua voz límpida (eu não conhecia o trabalho dela) me ocorreu que os demais atores teriam que ser muito bons… E são!
O que assisti foi um ensaio aberto, ainda com coisas para acertar no som, na luz etc, mas, sinceramente, poderia ter sido uma apresentação normal com pouquíssimos erros que passariam facilmente despercebidos.
A adaptação do texto feita por Cláudio Botelho e Charles Müeller trazendo elementos da nossa cultura para o texto não ficam devendo nada à qualidade dos atores. Realmente não tenho o que criticar negativamente nessa adaptação.
Preciso falar mais do caráter politicamente incorreto da peça!
Causa uma certa estranheza ouvir que todo mundo é um pouco racista, um pouco fascista, um pouco cruel. Muito embora seja verdade.
Fiquei me perguntando se ao admitir isso com tanto bom humor (é uma das peças mais divertidas e para cima que já assisti) não corremos o risco de aceitar resignadamente que essas coisas são normais ou mesmo saudáveis?
Bem, arte não existe para educar, ela existe para manifestar, instigar, provocar, registrar…
Temos que lembrar que a peça é estadunidense e reflete em grande parte o que acontece lá e não hé dúvida que o preconceito contra o preconceito já se tornou um problema por lá e é bem provável que, para acabar com essas tensões sociais e culturais o melhor caminho nesse momento seja, como sugere a peça, admitir que todos nós temos um pouco desses problemas cuidando assim mais dos nossos próprios preconceitos do que atacando os dos outros.
Elenco:
- Sabrina Korgut (Katie Monstro, Lucy)
- André Dias (Princeton e Rod)
- Fred Silveira (Trekkie Monstro e Nicky)
- Renata Ricci (Ursinha do mal, Sra. Coisa Ruim)
- Renato Rabelo (Brian)
- Cláudia Netto (Neusa)
- Gustavo Klein (Ursinho do mal)
- Maurício Xavier (Gary Colleman)
Não consegui achar as páginas de todos os atores, mas todos eles merecem ser citados com louvor aqui!
Outros links
- Site oficial da adaptação brasileira de Avenida Q
- Crítica do musical Avenida Q no blog do The Best
- Impressões de Avenida Q – Cláudia Belhassof.
- Avenida Q, a Odisséia, no blog da Engraçadinha
Serviço
- Teatro Clara Nunes no shopping da Gávea, terceiro piso, Rio de Janeiro
- Estreia 6 de março de 2009
- Produção: Charles Müeller e Claudio Botelho
Alguns anos depois (2015) a peça passou a estar disponível no YouTube:
Registramos sua resenha no Site Meller & Botelho:
http://www.moellerbotelho.com.br/post.asp?post_id=194
Abraos.
Segue o blogg do ator Gustavo Klein: http://WWW.GUKLEIN.BLOGSPOT.COM
Abraos.
Valeu! J adicionei na lista. Ficam faltando somente o Fred e a Renata, se vc puder falar com eles…
A propsito vc mandou muito bem no espetculo! Arrancar risadas no fcil e vcs dois com aqueles ursinhos do mal estavam impagveis!