A pergunta estava lá na minha timeline do Facebook junto com o artigo Crime e Preconceito: mães e filhos de santo são expulsos de favelas por traficantes evangélicos.
Acho que o assunto é importante demais para ficar perdido em uma resposta no Facebook que logo desaparece então decidi copiar para cá o que penso a respeito.
Olha… Não vejo erro nenhum… E não tem nada a ver com papo ativista anti religioso, ok?
Acho que, há uns 1400 anos pelo menos, a gente chama duas coisas distintas de religião.
São mais que distintas, são opostas, antíteses, e a segunda está ferindo duramente a primeira.
Existem pessoas que se reúnem em torno de intuições místicas sobre a natureza do Cosmos e procuram se desenvolver mental e moralmente em direção a uma divindade inalcançável pois é perfeita ou, pelo menos, fruto dos esforços mais utópicos da nossa imaginação.
Esse grupo abriga grandes sábios e sábias. Pessoas humildes que engrandecem nossa civilização. Eles podem ser católicos, evangélicos, budistas, muçulmanos…
O segundo grupo se autodenomina evangélico, católico, muçulmano etc. mas não demonstra qualquer interesse no desenvolvimento pessoal ou humildade diante de uma divindade que está além deles, pelo contrário, a divindade nesse caso é escrava das suas vontades e ambições. Simples assim.
Tomando a mitologia cristã eles são parte do anticristo. Tomam para si o poder e a palavra de Deus.
Acho uma pena que os ateus agnósticos, que deveriam ser os primeiros a perceber isso, confundam a guerra entre os dois grupos, entretanto é alarmante que os que realmente buscam o aspecto divino no Cosmos raramente percebam o inimigo vestindo seus hábitos…
Essa introdução toda é para que minha afirmação não seja mal entendida:
Não há surpresa em vermos anticristos traficantes…
Em tempo: isso não é uma exclusividade evangélica! Vimos o catolicismo ser usado da mesma forma nas cruzadas, o islamismo foi tão ferido que é visto por muitos como uma religião de fanáticos violentos.
O caminho religioso é subjetivo e isso deixa espaço para distorções absurdas. Essa reflexão aparece até em filmes pop recentes como O Livro de Eli…
Imagem: banner para o filme O Livro de Eli por ScreenCrave.