Pode ler sem receio de spoilers

Nope (Não! Não Olhe!) já tem mais de dois anos, mas talvez esteja ainda mais atual agora.

Vou confessar que terminei sem entender bem qual era a do filme. Digo, senti a tensão, fui impactado pela história e pelas atuações, mas é um filme de Jordan Peele, o mesmo diretor de Nós e Corra!, filmes que despertam reflexões bem claras ainda enquanto assistimos, mas para esse eu precisaria de tempo de reflexão depois de assistir. Mas talvez para você saque o filme desde o começo, o que é bom também.

Mas, por falar em “reflexão depois de assistir”, isso já é uma qualidade em um momento que os fluxos de estímulos a as pessoas são expostas reduzem a nossa capacidade de refletir. Reflita sobre isso! Hehehehe!

Inclusive o ritmo do filme nos permite tempo de reflexão. Não nos empurra por uma sequência de acontecimentos e emoções sem tempo para respirar e isso encaixa muito bem na forma como ele é contado e o tipo de coisas que ele tem para nos dizer que, inclusive, certamente serão coisas diferentes para diferentes pessoas. No final do post compartilho um vídeo com uma interpretação, mas é uma das formas de vê-lo.

Seja como for me parece que vale a pena destacar a pergunta, ainda no começo do filme, “existe uma palavra para milagre ruim?”. Porque tem um senso de maravilhamento, de perplexidade no filme que nos faz pensar que alguma coisa milagrosa está acontecendo ali, mas ao mesmo tempo é perturbador.

Creio que o mais importante pode ser que o filme nos prende e vale a pena mesmo que a gente não extraia de imediato nenhuma reflexão. É uma narrativa lenta, mas tensa, que vai agradar quem gosta de histórias com um caráter mais contemplativo. E, depois de algum tempo pensando, tenho certeza que haverá muitas ideias e pensamentos críticos para desenvolver. E é um filme que ecoa.

Vale a pena ver os comentários do Max Valarezo (mas só depois de assistir o filme e buscar as próprias reflexões)