Somente ontem fiquei sabendo dessa série de sete curta-metragens, curtas-metragem? Pera… Vou no Volp… É curtas-metragens! Pois, então, graças ao canal Futurices (ainda tem coisas boas no YouTube) fiquei sabendo dessa série indie e independente que nos leva ao estranhamento, ao desconforto, à identificação e finalmente a reflexões.
Acho que inspirar reflexões é essencial! Não em tudo, às vezes temos que relaxar, né? Até porque crítica demais pode levar a um conformismo ao notar que tudo está irremediavelmente errado (não está! Nem é tudo, nem é irremediável).
Pode ler o post sem medo de spoilers. Talvez apareçam nos comentários, se tiver comentários, afinal a era dos blogs ainda não voltou. Se bem que esse blog é uma instância do Fediverso e algum comentário pode vir de lá.
O que achei (sem spoilers)
É uma distopia, como disse, e de terror. Naturalmente tem momentos que podem causar um desconforto emocional, nos colocar em contato com alguns pensamentos de prisão, de não ter alternativas. Acho necessário avisar porque vivemos tempos já um bocado distópicos, né? E isso nos deixa meio no limite.
No entanto a obra realmente vale a pena se estamos dispostas a refletir. Toda distopia acaba tratando de problemas muito atuais, por mais que o cenário se distancie do nosso.
A princípio achei que seria apenas uma distopia do tipo “Imagina! Isso poderia acontecer!”, entretanto… Tem muita coisa nessa sobre controle, sobre os tipos de sacrifícios que fazemos para manter a ordem, sobre como nos vemos, como vemos os outros e como somos vistos que talvez valha até uma pausa em um momento ou outro para refletir.
São episódios curtos, mas parecem mais longos pela densidade emocional, pera sucessão de cenas e até pela escolha do preto e branco. E isso sem correr. Temos cenas que se estendem em momentos necessários, momentos de suspensão. O episódio mais longo tem 18 minutos
No primeiro minuto já somos apresentados às regras daquele mundo, e não é um mundo pequeno. O roteiro, além de criativo, é muito bem conduzido.