A humanidade é como crisálidas: toda vez que ela é recolhida a casulos ela encontra uma forma de se libertar. Tenho provas!

Você tem a impressão de que o mundo está meio… amarrado? Que estamos impotentes e que tudo que podemos fazer é ficar esperneando? Acho que me senti assim por um tempo, tanto que faz anos que não escrevo uma mensagem de fim de ano. A última foi Então… 2021 e é Natal… e não tem uma boa vibe apesar de deixar, na última frase, um prelúdio para este post aqui.

2024, no entanto é diferente! Quando falo nisso ainda me olham com incredulidade, como olhavam nos últimos anos do século passado quando falava na Internet como ambiente e ferramenta para dar voz à coletividade.

Lá por volta de 2008 as pessoas começaram a ver que talvez eu estivesse certo. Que podiam criar seus blogs (como esse) ou soltar sua voz em redes sociais e que as vozes se uniriam e forçariam gigantes a nos ouvir.

Foram uns 12 anos de grande sensação de empoderamento e de esperança.

Agora as redes sociais viraram mídias sociais. Desde 2014 mais ou menos parece que ficou “tudo dominado” por feudos digitais que decidem quem terá voz e nem vou falar em política, agronegócio, guerras, holdings… Tudo muito além do poder nas nossas fracas vozes que precisam render tributos aos algoritmos. Nós berramos, mas sentimos mesmo que está fazendo diferença?

Só que não é verdade. Não está tudo dominado. Na página Memeroll do meu site sobre cibercultura aponto várias fontes independentes (aliás, aceito recomendações) que conseguem ter voz graças ao apoio da coletividade, nesse mesmo site tenho artigos como um sobre Henry Jenkins que teve mais de duas mil visualizações nos últimos seis meses e só hoje já teve mais 12 até agora. Em que mídia social um post tão antigo consegue se manter vivo?

Desde 2022 eu troquei as mídias sociais comerciais mantidas por feudos digitais por uma rede social global mantida por pessoas como você e eu conhecida como Fediverso (anote esse nome). Esse site mesmo é parte dessa gigantesca rede social feita por pessoas e para pessoas… Sei que é estranho, então darei uma breve explicação: suponha que todas as redes sociais se comunicassem umas com as outras e, da sua conta no YouTube você pudesse seguir @Roneyb@facebook.com ou @roney (esse é um endereço real) e pudesse, a partir da sua rede social preferida, curtir, comentar, repostar o que foi publicado em qualquer outra rede social? É a transformação da Internet inteira em uma única rede social! E melhor ainda, você pode ser dono, dona, done da sua própria rede. Falei sobre isso em A Próxima Revolução: A Internet Social.

Certo… Já falei de mídias independentes (sério mesmo, clica ali no link para o meu Memeroll!) e já falei das pessoas retomando o a liberdade e controle das suas conexões sociais online. Falei também que os sites pessoais continuam vivos, mas vale a pena falar um pouco mais neles.

O seu site, apesar de não custar mais do que 30 reais por mês, é um lugar totalmente seu! Você controla como ele será, o que dirá ou deixará de dizer nele, qual será a sua aparência. Por um tempo longo demais os blogs eram uma lista de artigos em ordem inversa de data de publicação, mas nos últimos tempos tem ressurgido a ideia de Jardins Digitais. Um paradigma que ainda não adotei aqui, mas pratico no Meme de Carbono. Dá uma olhada na home dele e na página Agora. Vou fazer parecido aqui qq dia transformando a página inicial em um tipo de revista com sessões para literatura, dança, devaneios, Cine&Vídeo… Uma capa que deixe mais claro quem eu sou, no que tenho interesse, do que eu falo.

E tem muito mais coisa acontecendo nesse fim de ano!

Pense que a história da humanidade é como uma jornada em que às vezes parece que vale a pena pagar um guia turístico, a Meta, por exemplo, para nos ajudar a conhecer os lugares, mas uma hora a gente percebe que ele não está mais ganhando com o dinheiro que lhe pagamos e só nos leva para os lugares que pagam mais a ele para nos levar lá! A gente acaba perdendo o que há de melhor no mundo! Nesses períodos o melhor é fazer o turismo por conta própria!

É isso que tenho visto cada vez mais nos últimos dois anos: gente falando com gente para conhecer lugares ótimos que não estávamos vendo e até criando novos lugares.

A Internet é um espaço de empoderamento: Você pode ter sua própria voz, seu próprio site, sua própria rede de contatos, controlar a sua narrativa!

Roney Belhassof – 2024 (mas sou apenas o último e não o primeiro a dizer isso)

Tem gente que, veja você, não satisfeita em ter o próprio site, tem o próprio servidor Internet rodando em dispositivos que não custam muito mais de 45 dólares! Em termos práticos: Você mantém o seu próprio “Facebook” rodando em um computador que custa entre 45 e 90 dólares na sua casa.

“Ah! Mas não é para todo mundo!” me disse um amigo outro dia.

É verdade. Mas eu posso fazer isso! Muita gente pode fazer isso! Conheço gente de humanas que está fazendo isso por hobby! E ter um blog em 2001 também não era para todo mundo, assim como estar no Twitter em 2008 também era para poucas pessoas. Aqui entre nós: a gente precisa estar no mesmo bolo com “todo mundo”?

E “Para todo mundo” sempre devia vir seguindo de “ainda”.

O que estou dizendo aqui é que o mundo não está dominado! O mundo está sempre em movimento e pode ter certeza que, quando você sente que estão te cercando, que suas opções e caminhos estão sendo limitados, que a vida é um cansaço sem perspectivas, tem pessoas um pouco mais… peculiares que você trabalhando no próximo passo para nos devolver a nossa autonomia, a nossa voz! Sempre que o mundo está ruim a humanidade começa a criar outro mundo, caminhos para outro mundo.

Pare aqui se quiser apenas a minha estimulante mensagem de fim de ano!

Acho que preciso acabar esse post com um jabá! Afinal, disse que tem gente construindo novos caminhos e não indiquei ninguém! Pois sou uma dessas pessoas um pouco mais peculiares e assumi recentemente a missão de ajudar outras pessoas a desenvolver autonomia e trabalhar em seus jardins digitais.

A criação de um site, em geral, envolve um webdesigner que não cobrará menos de 4 mil reais para criar o site, mas eles me desculpem… Não precisa! Qualquer pessoa pode aprender a manter o seu próprio site, então fiz um serviço que chamei de Seu Domínio, Suas Regras em que, por 750 reais, faço junto com a pessoa uma jornada de duas manhãs (ou duas tardes, ou uma manhã e uma tarde) passando por cada etapa desde o registro do site até a criação das primeiras páginas. Além desse serviço, criei o Seu Jardineiro Cibernético em que, por 250 reais por mês, eu mantenho seu jardim digital bem cuidado, publico até duas páginas ou artigos por mês com material enviado por você e dou dicas de como construir sua narrativa online. Pronto! Fim de jabá! E torço, sinceramente, que a maioria das pessoas consiga assumir seus jardins online sem precisar da minha ajuda!

Links

Por ora vou compartilhar apenas dois links da mesma pessoa, uma documentarista que é uma pessoa comum mergulhando nesse novo mundo de auto-suficiência.

Imagem: Foto de PxHere