Me sentei para esperar, pedi um café, uma esfiha, peguei um frasco de pimenta e mergulhei em pensamentos.
Apenas o vidro separa o pequeno mundo ali fora do vasto universo aqui dentro…
Somos vastas por dentro pois vemos apenas fragmentos das outras pessoas no espaço e no tempo. Mesmo quando convivemos com elas, afinal o que são algumas horas por dia da superfície a que temos acesso pelas palavras, gestos, expressões versus as 24h que cada uma de nós vivemos diariamente?
Nós mesmas não temos acesso às profundezas das nossas consciências onde o tempo, como nos sonhos, não encontra amarras e anos podem transcorrer entre a queda de duas gotas de chuva, de duas lágrimas que correm pelo rosto, seja de alegria, tristeza ou empatia.
E, apesar de toda essa vastidão, achamos que criamos outras inteligências, até mais racionais do que nós, talvez por estarmos cientes justamente dessa caótica vastidão que nos faz parecer inteligências imprecisas… E somos! Mas talvez “imprecisão” não seja o adjetivo mais… preciso 😉
Afinal é o caos da vastidão que permite a germinação de tudo! Da vida no vasto caos químico dos primeiros milhões de anos do planeta, das diferentes formas de amor que redescobrem as outras pessoas e até nós mesmas a cada momento mágico em que o caos inconsciente encontra um caminho sob as placas tectônicas do consciente e eclodem como violentos vulcões ou acolhedoras fontes de águas mornas.