Eis que o espírito do Natal atravessava uma rua secundária de Copacabana em meio de agosto…
Talvez apenas uma pessoa fugindo da realidade, ansiando pelo fim de 2021 como ansiamos pelo fim de 2020 na esperança iludida de que os ritmos da vida se submetem ao nosso calendário ou talvez seja parte de um feitiço para que esse período passe logo e voltemos ao normal…
… Ao mesmo normal que nos trouxe para a distopia política, social, religiosa (com o nome do Cristo usado para justificar ódio em vez de amor) e ecológica e cultural e pessoal e familiar…
Precisamos de um novo normal e não é só o uso de máscaras e ambientes mais arejados (mas também é isso!). É o novo normal da resiliência psicológica para encarar o mundo racionalmente usando as ferramentas e conhecimentos que a ciência nos oferece, do apoio a políticos e jornalismo competentes e conscientes e também o novo normal de, mesmo tendo viés conservador, entender que às vezes é necessário mudar para conservar.
E o Papai Noel? E ele? Não sei… Talvez seja apenas alguém trabalhando em um nicho criado na crise da pandemia… do SARS-CoV-2? não… da pós verdade e da necropolítica que nos fizeram desperdiçar a chance de mostrar o que a civilização é capaz de fazer diante de uma crise que exige calma e racionalidade. A ciência fez sua parte.
Contexto e publicação original
A rua me é estranha depois de mais de um ano e meio saindo menos de uma vez a cada 15 dias. Tive que ir a um laboratório pegar uma radiografia dentária da minha sogra e devorei cada segundo de rua que pude.
A publicação original está no meu Instagram.