Duas pessoas atravessam a avenida famosa pelo hedonismo dos séculos passados, eras em que pouco importava a pobreza e todos sonhavam com a prosperidade que nunca teriam ou que pensavam ter, afinal toda prosperidade da carne é frágil e passageira.

Eu sei, eu estava lá nos anos 80 e a máquina do tempo da literatura e do cinema me levou a décadas e eras passadas e sempre estava lá o hedonismo.

É… Pode ser um jeito diferente para olhar o passado, pode nem ser correto, mas é a sombra que me toma de súbito enquanto o carro passa ligeiro e mal tenho tempo de registrar a cena.

Duas pessoas atravessam a avenida. Em num poste a marca de uma mão deixada ali há vai saber quanto tempo.

No centro da imagem a base da estátua de um soldado atingido no peito e caindo de joelhos.

Detalhes de cenas urbanas como a sabedoria perdida do homem de cabelos brancos aninhado aos pés do soldado moribundo olhando para o passado e para o futuro ou talvez apenas esperando o presente terminar logo…