A bicicleta segue por vontade própria circundando as margens da grande lagoa, uma das maiores, senão a maior, dentro de uma cidade. Aquela vastidão de água…
O ciclista se deixa seduzir pelo vento no rosto, o ritmo lento das pessoas que vem caminhando, os quiosques de palha aparentemente precária, altas estruturas de bambu com adolescentes empoleirados e enrolados em lençóis por causa do frio.
Aliás a cena lhe parece curiosa. No meio de uma cidade aquelas pessoas parecem estar em um acampamento. Provavelmente falando dos reflexos na lagoa, namoros ou xingando a professora chata.
A bicicleta no entanto não está interessada nisso e segue caminho no frio entardecer de primavera deixando para trás a cena bucólica.
Difícil é crer que aquelas mesmas pessoas mais tarde estarão se lamentando dos enormes perigos das ruas…