Foi dia dez de janeiro passado: acordei com dor no corpo, moleza e uma febre que foi a 37,8º. Meu olfato foi embora de novo. Nem fui fazer teste, covid-19 quase com certeza e lá vamos nós ao mesmo roteiro de dezembro de 2020 quando ela nos pegou ainda antes da primeira dose: oxímetro, tratar os sintomas com um paracetamol da vida e repouso.

Foi apenas um dia com o sistema imune fazendo seu precioso trabalho de aumentar a temperatura do corpo para atrasar o vírus enquanto as células dendríticas e T levavam amostras do vírus para os nódulos linfáticos que aguardavam com um pequeno exército de células B de memória (recomendo fortemente a leitura de Immune) pronto para despejar antígenos e eliminar o sars-cov-2 do meu corpo. Nos dois dias seguintes já entrei naquela fase em que o corpo se recupera do esforço de ativar o sistema imune.

Ainda assim foram alguns dias de tosse, algum cansaço e falta de olfato (que nunca chegou a voltar ao normal depois de dezembro/2020). Uma semana ao todo e agora já voltei ao novo normal do meu olfato que não sente cheiros fortes, mas paciência, a covid-19 sem vacina deixa sequelas muito piores que essa.

Entrando no terceiro ano de pandemia já era para todo mundo entender o que é vacina e o básico do funcionamento do nossos sistema imune, e não precisa ler o livro mais acima pois tem cientista e mídia de todo lado produzindo material muito bom explicando tudo. O problema é que, como em nosso corpo, parece que nossa sociedade enfrenta um ataque brutal de vírus informacionais que nos fazem perder tempo com absurdos que vão da Terra ser plana a adoçante feito com células de feto passando por micro chip em vacina, conspirações comunistas satânicas nos fundos de pizzarias sem falar no tiroteio constante de escatologias do presidente do país… Aff! Parei!

Caso você tenha sido vítima desse terrorismo todo e tenha medo de “vacinas experimentais” (mano, depois de vacinar uns 4 bilhões de pessoas deixou de ser experimental faz muito tempo) que matarão as pessoas em 10 anos, maluquice, alias, que não faz o menor sentido, vou fazer um “resumíssimo”!

Quando a gente se vacina aumenta muito a chance de nem pegar a doença, mas quando surge uma variante como a ômicron, que é muito diferente das anteriores, o nosso sistema imune adaptativo vai ter que trabalhar um pouco mais para ajustar os antígenos que ele produziu à partir das informações recebidas pela vacinação e podemos acabar tendo sintomas, contagiando outras pessoas e produzindo uma febre. Aqui até a minha oxigenação caiu uns 2 pontos, mas nada preocupante.

Acabei o “resumíssimo” ;-D

Uma coisa curiosa! A covid-19 que tive antes de me vacinar deixou outra sequela além da redução seletiva do olfato: o recrudescimento da minha asma (sabe que asma é crônica, né? Ela pode ficar quieta, mas tá sempre lá).

Durante a semana desde a febre até ficar bem de novo a asma sumiu! Nosso corpo é uma coisa incrível, né? Pode ser que, estando ocupado com a covid-19 o meu sistema imune se esqueceu um pouco dos meus brônquios.

Depois que fiquei 100% bom da covid-19 a danada da asma voltou mais animada que antes. Chato pq ela tava regredindo aos poucos ao que era até 2020, ou seja, nem lembrava que ela existia. Agora preciso do sulfato de salbutamol toda noite antes de dormir ou fico acordando com o chiado.

Como já disse, paciência. Podia ser muito pior…

Quem conseguiu não pegar a covid-19 até agora a minha sugestão é, mesmo tendo se vacinado, capricha aí na pff2, evita aglomerações e lugares fechados ou mal ventilados pq, se é uma tolice que vacina pode causar efeitos anos mais tarde não é tolice que a covid-19 pode deixar sequelas ainda mal entendidas.

Mas também não se desespere! Tudo indica que a vacinação além de reduzir enormemente os riscos de pegar ou ter um quadro sério, também nos protege de sequelas e, graças à nossa cultura, brasileiros, brasileiras etc se vacinam! Parece que só 3% vacilam.

Ah! Por via das dúvidas observei 14 dias sem interagir com ninguém para não passar adiante. A recomendação são 10 dias depois dos primeiros sintomas, mas sei lá! E já acostumei a interagir com as pessoas de longe.

Foto de Miguel Á. Padriñán no Pexels